Património de toda a População

Almeirim é uma Vila antiga, foi berço do conhecimento, residência de muitos reis, foi mesmo capital do Reino de Portugal.
Desses tempos não ficou o património, que o terramoto condenou e a memória dos homens sem essa referência, foi esquecendo a importância que a Vila representou, na construção de uma Nação.
A partir de meados do século XIX, uma nova dinâmica económica apareceu e a Vila voltou a ter uma vocação para a sua evolução.
A obra de drenagem e enxugo dos campos de Almeirim, de Alpiarça e do Cartaxo, trouxeram a cultura da vinha. A ponte D. Luís, ligou Vila ao mercado e ao mundo e Almeirim foi das mais apetecidas terras de emigração, do Portugal empobrecido de então.
A vinha, é a consistente base, de toda evolução histórica da actual cidade, que os grandes homens de Almeirim souberam plantar e manter.
A própria história desta vertiginosa evolução, que teve factos históricos de grande relevância nacional, também não é suficiente enaltecida e valorizada.
Protagonistas desses factos históricos são esquecidos, fazendo parte apenas da toponímia da cidade, mas não fazendo parte da sua memória colectiva.
Neste caminho de esquecimento, é também afundado, o “Fazendeiro” de Almeirim, essa classe dominante, que transmite toda a distinção e toda a diferenciação de Almeirim, com as demais terras de Portugal.
Almeirim estava quase deserta em meados do século XIX, cem anos depois, tinha o impressionante número de 52 caldeiras de destilação a funcionar simultaneamente.
O “cheiro de Almeirim”, o cheiro dessa época de desenvolvimento, de motivação, de enraizamento, é um privilégio que alguns como eu tiveram e que nos marcou para sempre.
Este orgulho Almeirinense, construído pelo sentido directo dessa vivência, não pode hoje ser transmitido a todos, a não ser pela divulgação da sua história.
Considero pois que e indispensável defender essa “referência histórica” de Almeirim.
O símbolo desta história recente, essa tal “referência” existe, está fechado, teve um projecto e agora é anunciado que vai ser vendido.
O Projecto do Centro Histórico Vitivinícola de Almeirim, não pode ser esquecido, pois ele poderá ser a mais importante reserva de preservação da sua história.
O património da antiga Junta Nacional do Vinho, foi usurpado pelo Instituto da Vinha e do Vinho, mas é um património dos viticultores de Almeirim, que certamente estão interessados em cedê-lo à população ou à Autarquia local.
O que não podemos aceitar é que seja vendido e esquecido, como esquecido ficou o Paço Real.
Não podemos aceitar, que agora aconteça novamente, tal como em 1889, se tire uma última fotografia do único “símbolo” possível de preservar, de toda uma época de êxito cultural, económico e social.
Que nos levantemos todos, na salvação do nosso património e da nossa identidade.
Que se levantem para reivindicar o que é seu e da cidade, todos os co-proprietários do Edifício da Junta Nacional do Vinho, ou seja todos os vinicultores que descontavam anualmente os dois tostões por litro e que construíram o edifício, enfim toda a população de Almeirim.

O nosso Património

Almeirim reivindica Património
Edifício da Junta Nacional do Vinho

A História de Almeirim é a história do Paço Real e da sua importância e vivência
É a história das suas Vinhas, dos seus Vinhos e Aguardentes
É a história das suas famílias, de Vitivinicultores, dos Fazendeiros, dos Comerciantes.

O Paço ruiu com o terramoto de 1755, foi tirada uma ultima fotografia antes da sua demolição final em 1889.

Almeirim não pode aceitar, que para o seu mais simbólico monumento moderno
O Edifício da Junta Nacional do Vinho, se volte a tirar uma fotografia antes da sua demolição final.

O Edifício da Junta Nacional do Vinho e o seu anexo, são património da vinicultura almeirinense.

A vinicultura almeirinense, quer preservar esse património e dar-lhe a vocação de símbolo de um passado recente, que marcará no futuro a história da evolução de Almeirim e do seu desenvolvimento de Vila a Cidade.

A população de Almeirim, não aceita a eliminação da única referência, capaz de simbolizar a história da sua terra, exige também a preservação dessa importante referencia e entende apoiar a reivindicação desse património como símbolo da sua identidade.

As Instituições de Almeirim, em particular a Autarquia Local, solidarizam-se integralmente com o objectivo de salvaguardar e defender o património da Junta Nacional do Vinho e a sua vocação de ser o lugar por excelência para mostrar ao futuro a evolução histórica da cidade.

A sociedade civil de Almeirim através da Associação de Defesa do Património
assume o projecto, que irá dar consistência e razão de ser à reivindicação desse património.
O projecto colectivo de criar um Centro Interpretativo da História de Almeirim.

O Centro Interpretativo da História de Almeirim será criado e desenvolvido , pela sociedade civil almeirinense,
mobilizador das famílias, das empresas e das instituições.
Será um projecto de afirmação colectiva, resultado da paixão do almeirinense pela sua terra e pelas suas raízes.

O Centro Interpretativo da História de Almeirim, será instalado na antiga
Junta Nacional do Vinho por vontade dos almeirinenses.